Brilhante

- Ei, brilhante!
- Fala chefe..
- Me traz aquele pacote que está em cima da minha mesa.
- E pra já…

E lá foi o Brilhante buscar o pacote na mesa o Agenor.
Brilhante era um homem alto, simpático, com sorriso largo e careca brilhante, daí seu apelido. Gente boa a bessa. Daqueles que você pode contar a qualquer tempo e por qualquer motivo.

Agenor gostava muito dele. Agenor era generoso e achava que ser generoso tinha tudo a ver com seu nome.
Brilhante morava no último andar da loja do Agenor.
Loja de material de contrução. Era muito bom. Gostava de dar material que estava em desuso para quem precisasse, apesar que poderia ser trocado na fábrica. Preferia doar.

Gente boa o Agenor tambem.

Brilhante era o anjo da guarda da loja, do Agenor e das pessoas que iam comprar na loja.

A loja ia muito bem, obrigada. Por isso, Agenor resolveu ajudar ou melhor dizendo, se dedicar ao hobby do Brilhante.
Brilhante reunia os pobres do bairro, todo final de tarde, e lhes dava pao, frutas, e mais o que fosse possivel.
Agenor resolveu fazer um “puxadinho”no terreno lateral da loja, para poder atender a esse “amigos”do Brilhante mais dignamente.

Do pão simples, passarm para pão com queijo, café com leite, algumas roupas, dia dos pais, dia das mães, dia das crianças, natal, festa de fim de ano. Que maravilha.

As crianças e os pais da escola da esquina começaram a ajudar, e a estória foi crescendo, crescendo e passou a ser uma entidade benemerita.

A loja de material de construcao ia de vento em popa. Parecia que quanto mais ajudavam, mais progrediam.

Hoje a loja está no mesmo lugar, continuando muito bem obrigada. Agenor resolveu deixá-la na mão dos empregados porque gosta mais de trabalhar com o Brilhante. E ele descobriu que o verdadeiro apelido do Bilhante não e por causa da sua careca, mas sim por causa da sua aura contagiante, interessante, energizante….
engraçado… o Brilhante parece que nunca envelhece….

Texto inedito: Fernanda Gente

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