Wednesday, May 10, 2006

textos, textos e textos...

Corri para pegar o “trem”e não li o número que ele tinha.
Quando percebi a paisagem pela janela, não gostei do que vi.
Não era a paisagem que eu conhecia.
Então, arrependido de ter corrido, reconheci que peguei o “trem” errado.
Tive que seguir com ele porque nao tinha como pará-lo fora da estação. O pior era que não sabia aonde iria chegar, nem quando, nem porquê. Iria chegar em algum lugar sim, mas eu estava tão tenso que tudo perdeu o sentido.
E se eu puxasse aquele sinal para parar? Será que o desastre seria pior?
Fiquei com medo!
A vida é cheia de escolhas e eu estava com medo, agora, até de puxar o cordão para parar o “trem”. Se eu fizesse isso iria ferir muita gente. E todas aquelas pessoas dependiam de mim naquele momento. Do meu gesto. Do meu impulso. Do meu medo. Da minha decisão.
Chorei como aquela vez que fiquei com medo de que minha mãe nao fosse me buscar na escola.
E ela não foi.
Minha mãe nunca tinha me abandonado antes (coitada, ela não me abandonou, o carro quebrou e ela teve que ligar para o meu pai me pegar na escola… naquela época não tinha celular, nem imagino como foi que tudo deu quase certo – ele chegou 1 hora e meia atrasado).
Hoje eu sabia que minha mãe não viria me buscar e mais ninguém estaria nem mesmo 1 hora e meia atrasado. E agora?
Se eu puxar o sinal, tanta gente vai se ferir!
Se eu ficar, só eu vou me machucar!
Ai, ai, ai, ai ai… aonde será que essa porra vai parar?

"Texto Inedito - Tamarindo"





Muito interessante esse texto...

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