O papa ja saiu para trabalhar de novo... apesar de ser tarde de domingo..
ai, fico aqui ouvindo minhas musicas e lendo meus filosofos, como Freud, Adler, Lacan, Heidegger, Hegel.... voces acham que devo continuar????
"O grande Outro
O grande Outro como Outro do sujeito é um lugar; é o Alhures onde se pensa sem pensar, é a Outra cena em que se sonha, é o Outro palco em que se encena. É o lugar de onde se coloca para o sujeito a questão de sua existência. A própria condição do sujeito depende do que se desenrola no Outro.
Freud extraiu de Fechner a idéia de um lugar psíquico para o inconsciente que Lacan iria transformar no conceito do grande Outro. “Des grosse Fechner spricht in seiner ‘Psychophysic’ [...], die Vermutung aus, dass der Schauplatz der träume ein anderer sei als der des wachen Vorstellungslebens [...] . Dis idee, die uns so zur Verfügung gestellt wird, ist die einer psychischen Localität”. “... o grande Fechiner apresentou a idéia de que a cena de ação dos sonhos é diferente (outra) daquela da vida ideacional de vigília”.
É a Outra cena, o Outro palco, o lugar do Outro e seu discurso é o Inconsciente. Alteridade, descoberta por Freud que arranca do sujeito do centro do psiquismo, o Outro do inconsciente estabelece uma “heteronomia radical”, como diz Lacan, e “sua presença, só pode ser correspondida num grau secundário da alteridade, que já o situa, a ele mesmo, uma posição de mediação em relação a meu próprio desdobramento de mim comigo mesmo como também com o semelhante”.
Esse Outro distinto do outro que é meu semelhante, igual e rival constitui a alteridade do simbólico e da linguagem, onde o sujeito encontra não sua identidade mas sua representação: nos significantes que vieram daqueles que para ele ocuparam em sua história esse lugar: Pai, Mãe, etc. A começar pelo “Outro primordial” que é a Mãe. Não que ela seja o Outro, pois o Outro é um lugar, mas que tenha vindo “como que” ocupá-lo.
O sujeito personaliza esse lugar do Outro pois é o lugar a quem endereça seu amor fabricando um Outro como um solar do amor pelo efeito de sua palavra. Ao articular a fala, o lugar do Outro aparece e é transferido aquele a quem eu a endereço pois ela é também minha demanda. Assim a fala institui o Outro do amor, que é o Outro da transferência, lugar que o analista é chamado a ocupar. This is the big Other which can be taken as a big Mother or as the big Brother – that is the principle of alienation. The Mother as big Other may smother, even as the Other of love. Eis o grande Outro que pode ser tomado como a Mãezona ou o grande Irmão – esse é o princípio da alienação. A Mãe como grande Outro pode sufocar, até mesmo quando é o Outro do amor.
Mas o sujeito é por definição desamado considerando o Outro um desalmado. São as mulheres que mais nos ensinam que o Outro do amor é um desalmado pois ele não as arranca de seu casamento com a solidão. Mas é por que o Outro falta. A inscrição da falta no Outro que Freud chamou de castração o faz inconsistente e faltoso sem garantias. O Outro não existe. O sujeito como falta-a-ser não encontra o que lhe falta no Outro. He is want-to-be – tradução proposta por Lacan para manque-à-être, and that is why he is a subject of desire, e eis porque ele é sujeito a desejar.
Por outro lado, o Outro personificado se torna a sede e a sede do poder, na medida em que o sujeito é alienado aos significantes que vieram do Outro com a série de “tu és”. Versão big Brother.
The lack of the Other is the principle of separation, A falta do Outro é o princípio da separação. S ( ) é o matema da psicanálise que significa Sem Outro ou Sem Álibi, ou ainda, a verdade não toda, como diz Lacan em Televisão: “I always speak the truth. Not the whole truth, because there’s no way, to say il all. Saying it all is literally impossible: words fail”. “Digo sempre a verdade: não toda, porque dizê-la toda não se consegue. Dizê-la toda é impossível materialmente: faltam as palavras”.
Sunday, September 09, 2007
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